UM BAIRRO PARA SE DESCOBRIR: MOVIMENTOS DO INTERMINÁVEL NA OBRA DE GONÇALO M. TAVARES

Autores

  • Robson José Custódio Universidade Federal do Paraná

Resumo

A proposta deste trabalho é decifrar um lugar que se localiza no imaginário, mas também na realidade, de cada indivíduo, seja ele português, seja brasileiro: O bairro, de Gonçalo M. Tavares. Vale ressaltar que passarei pelos caminhos referentes ao espaço e à linguagem singular absorvidos na escrita do autor português contemporâneo. Destarte, percorro as ideias apresentadas, sobretudo, por Foucault, a respeito da heterotopia, e também os propósitos do interminável, observados por Blanchot. Atualmente, a série conta com 10 obras, e interstício para mais 29, nas quais o autor retrata o cotidiano e os convívios de diferentes senhores, em um espaço criado pelo próprio Tavares, a fim de habitar alguns intelectuais, como forma de refúgio de um mundo que não lhes cabe.

 

DOI: 10.5935/1984-6614.20180008

Referências

BARTHES, R. A morte do autor. In: _____. O rumor da língua. São Paulo: Martins Fontes, 2004, p. 43-64.

BERGONZONI, G. La Bibliothèque de Gonçalo M. Tavares et Le Cygne d’Henri Raczymow: une quête de l’auteur disparu. In: LOEHR, J.; POIRIER, J. (Org.). Retour à l'auteur. Paris: Épure, 2015, p. 77-85.

BLANCHOT, M. A comunidade inconfessável. Brasília: Universidade de Brasília; São Paulo: Lumme, 2013.

______. O espaço literário. Rio de Janeiro: Rocco, 2011.

BUTOR, M. Crítica e invenção. In: _____. Repertório. Tradução de Leyla Perrone-Moisés. São Paulo: Perspectiva, 1974, p. 191-203.

DAVID, D. L. O desencanto utópico ou o juízo final: um estudo comparado entre A costa dos murmúrios, de Lídia Jorge, e Ventos do apocalipse, de Paulina Chiziane. 2010. Tese (Doutorado em Letras) – Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas, Universidade de São Paulo, São Paulo, 2010.

FOUCAULT, M. A linguagem ao infinito. In: MOTTA, M. B. (Org.). Estética: literatura e pintura, música e cinema. 4. ed. Tradução de Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2015a, p. 48-60.

______. Outros espaços. In: MOTTA, M. B. (Org.). Estética: literatura e pintura, música e cinema. 4. ed. Tradução de Inês Autran Dourado Barbosa. Rio de Janeiro: Forense Universitária, 2015b, p. 428-438.

FREITAS, M. R. B. A literatura comparada como heterotopologia: Uma perspectiva Foucaultiana para Os sertões e O coração das trevas. 2008. Tese (Doutorado em Literatura Comparada) – Centro de Educação e Humanidades – Instituto de Letras, Universidade do Estado do Rio de Janeiro, Rio de Janeiro, 2008.

FURTADO, J. R.; ZANELLA, A. V. Graffiti e cidade: sentidos da intervenção urbana e o processo de constituição dos sujeitos. Mal-estar e subjetividade, v. IX, n. 4, Fortaleza, dez. 2009, p. 1279-1302.

GOMES, D. O. Blanchot ferido com fogo. Barbarói, 34, Santa Cruz do Sul, jan./jul. 2011, p. 188-197.

MOREIRA, M. E. R. Gonçalo M. Tavares e a escrita da leitura. In: SOUZA, E. M.; LYSARDO-DIAS, D.; BRAGANÇA, G. M. (Orgs.). Sobrevivência e devir da leitura. Belo Horizonte: Autêntica, 2014a, p. 98-108.

_____. O texto fronteiriço de Gonçalo M. Tavares. Anpoll, v. 1, n. 36, Florianópolis, jan./jun. 2014b, p. 420-434.

SOUZA, A. P. S. A experiência da visão hetetotópica: A “cegueira branca” de Saramago em Guimarães Rosa, Miguel de Unamuno. Semana de Humanidades, 17, Rio Grande do Norte, 2009.

STUDART, J. V. O bairro, um projeto de crítica expandida. Alea, v. 14, n. 1, Rio de Janeiro, jun. 2012, p. 134-144.

______. A literatura de Gonçalo M. Tavares: investigação arqueológica e um dançarino sutil nas esferas O bairro e O reino. 2012. Tese (Doutorado em Literatura) – Universidade Federal de Santa Catarina, Florianópolis, 2012.

TAVARES, G. M. 1. Rio de Janeiro: Bertrand Brasil, 2005a.

______. Entrevista: Diante do enigma. Rascunho, Curitiba, fev. 2016.

______. Dicionário ilustrado: Máquina de fazer vizinhos. Magazine, Lisboa, 1 jun. 2014c.

______. Entrevista: Gonçalo M. Tavares “Ler para ter lucidez”. Entre livros, São Paulo, set. 2007a.

______. Entrevista: Gonçalo M. Tavares, literatura como projeto de vida. Saraiva conteúdo, São Paulo, jun. 2010.

______. Livro da dança. Florianópolis: Editora da Casa, 2008.

______. O senhor Brecht. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2005b.

______. O senhor Breton e a entrevista. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2009.

______. O senhor Calvino. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2007b.

______. O senhor Eliot e as conferências. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2012a.

______. O senhor Henri e a enciclopédia. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2012b.

______. O senhor Juarroz. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2007d.

______. O senhor Kraus. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2007c.

______. O senhor Swedenborg e as investigações geométricas. Rio de Janeiro: Casa da Palavra, 2011.

UDERZO, A.; GOSCINNY, R. Obelix e companhia. Tradução de Eli Gomes. Rio de Janeiro: Record, 1981.

VILAS-BOAS, G. Utopias, distopias e heterotopias na literatura de expressão alemã. In: VIEIRA, F.; SILVA, J. M. B. (Orgs.). Cadernos de literatura comparada 6/7: Utopias. Porto: Granito/Instituto de Literatura Comparada Margarida Losa, 2002, p. 95-118.

Downloads

Publicado

2018-07-07

Edição

Seção

Questões de (con)texto